Taoísmo



Nascido na China há aproximadamente 5000 anos, o Taoísmo constitui-se em um amálgama de filosofia, esoterismo e religião, tendo por objetivo principal um viver em eterna harmonia com a natureza e suas leis.

O Taoísmo procura levar as pessoas a uma compreensão direta e individual do processo dialético da existência: o bem e o mal, o positivo e o negativo, o yin e o yang – aspectos em constante mudança, ao mesmo tempo opostos e complementares entre si. O objetivo secundário do Taoísmo é buscar, não a perfeição do ser segundo o pensamento religioso ocidental, mas o ser completo que tem o equilíbrio do yin e o yang. Todos os homens possuem noção da beleza e, através dela, da feiúra, do bem e, através dele, do mal, o ser e o não ser, o fácil e o difícil, o longo e o curto, o alto e o baixo, o antes e o depois. São noções correlativas, somente quando é conhecida uma, revela-se a outra.

O Yin e o Yang são os mais antigos princípios do Taoísmo, segundo o sistema de polaridade que domina todo o pensamento chinês. Eles constituem dois pólos opostos, estando a existência de um determinada à do outro. No pensamento chinês, um contém o germe do outro, estão interligados, completam-se, alternam-se, opõem-se, mas são partes de um todo único. Eles estão em mutação constante, este aspecto dinâmico é a base do I Ching. Em sua representação gráfica, yin e yang estão divididos em um único círculo. O simbolismo do círculo é bastante difundido: como unidade principal, como imagem da abóboda celeste, como representação do todo e como imagem cíclica do tempo. Um dos paradoxos do taoísmo também está correlacionado com essa dinâmica. Pelo I Ching, ou “Livro das Mutações”, os opostos se atraem e se alguma coisa se tornar yin ao extremo, poderá, num momento futuro, mudar para yang e vice-versa.

O Tao não é compreensível senão na experiência vivida do dia a dia. Não há definição possível em nível intelectual, nenhuma palavra poderá contê-lo nem expressar sua verdadeira natureza. Literalmente, Tao significa caminho, não se trata de doutrina ou lei e está onipresente em todos os seres.

Compreender o Tao é dominar a arte de comunhão entre o homem e a natureza, o céu e a terra, isso leva a um estado de transformação do homem em si mesmo, do homem ascendendo à unidade, é uma experiência interior, da qual toma-se consciência de modo espontâneo e intuitivo e não por processo intelectual ou dedutivo.

“Para aquele que atingiu o Tao e é mestre de seu verdadeiro ego, o Universo ficará dissolvido. Ainda que se encontre na companhia de gente agitada e agressiva, é ele como a flor do loto a desabrochar-se na água enlameada, que é tocada, mas não se suja.”

“Para atingir o alvo da paz perfeita, esvazia-te de todas as coisas. Tudo na natureza se coloca diante de seus olhos. As dez mil coisas crescem e florescem e depois regressam à fonte, reassumindo a paz perfeita. É este o caminho da natureza, o qual é imutável. Iluminado é aquele que aprendeu bem isto. E quem o aprendeu será tolerante, e por ser tolerante, conseqüentemente será justo. Por seres justo, terás um espírito aberto. De coração aberto, procederás com virtude. De espírito aberto e coração aberto, e com atos virtuosos, alcançarás o Divino. No divino, serás uno com o Tao. Ser uno com o Tao é ser eterno. O corpo morrerá, mas o Tao jamais passará.” (Tao Te Ching – Lao Tsu).

** Fonte: Trabalho elaborado para graduação do título de Instrutora, 2006.