sexta-feira, 30 de abril de 2010


Atualmente, é comum as pessoas se surpreenderem ou até se assustarem quando ouvem falar que o Kung-fu não é só um esporte ou uma arte de luta; que existe uma filosofia por tras disso tudo, e que quando elas compreenderem isso, verão que para muitos, esta arte milenar chinesa deixou de ser um esporte e passou a ser uma filosofia de vida.


ARTE MARCIAL
ESPORTE OLÍMPICO

Fruto da capacidade intelectual do homem, o Kung-fu é uma atividade física com fins de autodefesa, terapia, força, refinamento e enriquecimento interno. 
Baseado em movimentos harmônicos equilibrados, técnicas flexíveis e compactas, trabalha tanto aspectos internos como externos. O kung-Fu faz parte da grande herança cultural do povo chinês que, com seus movimentos elegantes e de extrema eficácia tem exercido um enorme fascínio sobre inumerável quantidade de pessoas.
Com sua disseminação pelo mundo, desde sua origem até os dias de hoje, muitas mudanças ocorreram e devido a tais, hoje contamos com duas formas de kung-fu (Wushu) que se distinguem: o kung-fu como arte marcial e o kung-fu como esporte olímpico.

No entanto, para melhor compreensão, antes  é necessário conhecer o significado do termo Wushu.

O termo Wushu é composto de um par interessante de caracteres: Wu literalmente significa “militar, marcial”, contudo um olhar mais cuidadoso mostra um significado mais profundo.


Wu = militar; relacionado com artes marciais

Shu = arte; perícia; técnica; método; tática

Wushu = artes marciais

Dividindo se o ideograma Wu em duas partes, temos a metade da esquerda que significa “parar”, enquanto que a parte da direita uma figura de uma lança ou qualquer outra arma. Quando as duas partes são colocadas juntas, o significado secundário é de se por um fim a violência, em outras palavras, as artes marciais são um meio de se ganhar paz. Shu representa a idéia de “arte” ou “método”, então os dois caracteres podem ser utilizados para dizer “Arte Marcial” ou, em uma análise mais filosófica, “Método de parar a violência”.




Na China, o Kung-fu é considerado modo de vida e parte integral da cultura, sendo praticado por pessoas de todas as idades, visando à segurança, saúde e disciplina mental.
O Kung-fu contém muitos estilos que são classificados didaticamente. Dentre as  diversas formas de classificação, estam os Internos, Externos ou até Internos/Externos.
Cada estilo possui técnicas que variam desde: mãos livres, armas, lutas combinadas, além do trabalho de Energia Interna.


Os conhecimentos do Kung-fu são passados necessariamente de Professor para Estudante. Normalmente os mestres tinham diversos alunos e poucos discípulos, pois, quando escolhido, o pupilo tinha a incumbência de continuar o trabalho do seu mentor, fazendo parte da árvore genealógica da respectiva família.

Os tempos mudaram e assim também o Kung-fu, mas a relação familiar continua sendo um critério forte de legitimidade dos praticantes em todo o mundo.

Alguns praticantes radicais acreditam que, nos dias de hoje, o verdadeiro Kung-fu foi extinto, e o que restou não passa de uma caricatura dos estilos tradicionais.


 O Wushu Tradicional, assim como o Wushu Moderno é subdividido em Formas e Combate, que podem ser de mãos livres ou com armas; e podem variar de acordo com o estilo.






O Wushu Olímpico é um esporte de exibição. O objetivo das demonstrações é a perfeição da forma segundo critérios estéticos ou acrobáticos, e não a eficiência das técnicas de combate contidas nas formas ou a eficácia da força desenvolvida.
Atualmente o kung-fu vem sido praticado por muitos, como profissão ou esporte e não mais como uma arte marcial, o que acabou modificando muito os estilos. E devido a tantas mudanças, pelo fato de ter se tornado um esporte competitivo, os grandes Mestres de toda a China, juntaram-se com o objetivo de organizar um sistema em que as regras fossem iguais para todos. Daí resulta o nascimento do Wushu Moderno, subdividido em Taolu (Formas) e Sanshou (combate).




Taolu (Formas)

O Taolu é uma execução de movimentos de ataque e defesa em seqüências, com grande beleza e coreografia. Durante apresentação, também é observado itens como resistência física, flexibilidade e a originalidade do atleta.




Sanshou (combate)


Pode-se entender o Sanshou como sendo a forma desportiva de combate dentro do kung-fu. Sem perder potencial marcial, ele difere do combate tradicional por não empregar técnicas "pesadas" como torções localizadas e golpes contra pontos críticos ou vitais como olhos, garganta, joelhos e genitais. No entanto, como o combate tradicional, o Sanshou exige técnica apurada, velocidade, preparo físico intenso e a noção exata de equilíbrio e tempo.
O combate é uma disputa de técnicas entre duas pessoas, onde o reflexo, raciocínio, agilidade e o autocontrole do atleta são itens importantes. O treino de Sanshou é aquele que mais se aproxima de uma situação de combate real. São necessárias proteções de corpo para este treino.